domingo, 31 de março de 2013

Transgênicos e evolução dirigida. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702000000300014&lang=pt


“Ser contra ou a favor dos transgênicos é insensatez. É o mesmo que se posicionar contra toda a indústria farmacêutica e promover o banimento de fármacos, por existirem, ao lado de medicamentos úteis, outros que são prejudiciais ou causam efeitos colaterais em algumas pessoas. Ou ser contra a indústria automobilística e lutar por sua extinção, pois os automóveis causam acidentes e aumentam a poluição. Ou ser contra a Internet, pois ela também transmite pornografia infantil!” (AZEVEDO, et al.)

A falta de informação sobre os Organismos Geneticamente Modificados no Brasil. Isabelle Geoffroy RibeiroI; Victor Augustus MarinII. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232012000200010&lang=pt

"No Brasil, o cultivo de plantas geneticamente modificadas se iniciou no fim da década de 1990 durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. A soja transgênica foi plantada ilegalmente no Brasil, Rio Grande do Sul, através de contrabando vindo da Argentina, onde a mesma já era plantada em larga escala. Logo, a soja Roundup Ready seria objeto da primeira solicitação de autorização para cultivo transgênico em escala comercial no país, recebendo, na sequência, parecer favorável da CTNBio13. Após a autorização concedida por esta, o Greenpeace e o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), entraram com um processo na 6ª Vara de Justiça Federal contra a Monsanto e o governo federal. Esse processo marcou o início da moratória judicial para liberações comerciais de transgênicos no Brasil e fez com que as variedades transgênicas permanecessem fora do mercado entre 1998 e 200314."

domingo, 3 de março de 2013

Há alternativas ao uso dos transgênicos? Hugh Lacey Professor emérito de filosofia no Swarthmore College (Pensilvânia, EUA) e atua com freqüencia como professor visitante na FFLCH-USP. Ultimamente tem escrito sobre o papel dos valores na pesquisa científica e sobretudo sobre a controvérsia em torno dos transgênicos. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002007000200005&lang=pt)


Quanto à questão sobre se a agroecologia poderia produzir alimento suficiente para a população mundial, considero-a como uma falsa questão.
1. Hoje (segundo dados da FAO) a produção mundial de alimentos é suficiente para alimentar toda a humanidade e ainda sobra. Portanto, o problema não é a produção de alimentos (pois senão não haveria mais fome no mundo) e sim o acesso à renda que permita a sua aquisição.
2. A ciência agronômica convencional (modelo da agricultura "moderna" ou baseada na "revolução verde") organizou-se baseada nos seguintes princípios: mecanização, uso de adubos industrializados, uso de agrotóxicos, e seleção de variedades que respondessem às demais tecnologias; tudo isso baseado no uso de combustíveis fósseis que permitiam trazer a agricultura para a lógica e a dinâmica das cadeias produtivas industriais (agora agroindustriais). Tudo isso foi possível graças a elevados investimentos em pesquisa, difusão de tecnologias, crédito, garantia de preços mínimos aos agricultores e subsídios à produção industrial de insumos e à sua comercialização e utilização. No Brasil e na maioria dos países em desenvolvimento tudo isso foi promovido com recursos públicos e utilizaram-se como paradigma modelos desenvolvidos em países de clima temperado. O desenvolvimento de todo esse complexo tem se dado durante os últimos cinqüenta anos. Se a agroecologia tiver todo esse apoio, será que daqui a cinqüenta anos não teremos uma agricultura sustentável?
Voltando para a realidade brasileira, hoje posso lhe dizer que a agroecologia tem se desenvolvido principalmente em comunidades, cooperativas e organizações de agricultores que não têm acesso a crédito, a assistência técnica nem a tecnologia para seus sistemas de produção que não prescindam de altos investimentos em insumos. Nesse cenário estão se desenvolvendo modelos de agricultura com baixo uso de insumos externos, práticas de rotação e consórcio de culturas, policultivo, práticas de conservação do solo e da água. Modelos que têm permitido a famílias sobreviver, se alimentar e se desenvolver sem depender de recursos externos. Se este modelo está dando certo sem apoio estatal, não dará mais certo com apoio? É nisso que estamos pensando na EMBRAPA.

Segurança alimentar: a abordagem dos alimentos transgênicos. Suzi Barletto CAVALLI (Quer ler mais e se informar?? http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732001000400007&lang=pt)

"é preciso enfrentar a realidade, não se pode atrasar o relógio e regressar aos velhos tempos dos anos 30, quando a população mundial era de 2 bilhões de pessoas e se usavam pouco fertilizantes e insumos químicos. Não se pode perder a visão da tarefa descomunal de alimentar 8 a 10 bilhões de pessoas no futuro" ... " a biotecnologia seria o caminho para aumentar a oferta de alimentos no mundo" (Souza, 1999b)